PEREGRINAÇÃOTURISMOVATICANO

Basílica de Santa Maria Maior: O Santuário Mariano Escolhido por Papa Francisco para Seu Repouso Final

No centro de Roma, entre colinas e ruas milenares, ergue-se uma das mais sublimes expressões da fé católica: a Basílica de Santa Maria Maior. Muito mais que um monumento histórico, ela é o símbolo da maternidade de Maria, da beleza da liturgia e da espiritualidade que atravessa séculos. E agora, mais do que nunca, torna-se também o local de repouso eterno de Papa Francisco, o pontífice que devolveu à Igreja o rosto da ternura e da simplicidade.

A escolha de Santa Maria Maior como seu túmulo final não foi casual. Foi profundamente simbólica. Francisco não quis o trono monumental de São Pedro, mas sim o colo de Maria — o mesmo lugar onde tantas vezes se ajoelhou em silêncio, antes e depois de suas viagens missionárias. O local onde confiou seus passos à proteção da Mãe de Deus agora será o espaço onde descansará para sempre.

Este gesto ecoa fortemente sua espiritualidade franciscana e mariana: uma Igreja em saída, pobre, acolhedora e maternal. E coloca Santa Maria Maior, já amada por milhões de peregrinos, ainda mais no centro da fé e da memória católica contemporânea.

A história milenar de uma basílica singular

A Basílica de Santa Maria Maior é uma das quatro basílicas papais de Roma, mas sua importância vai além dos títulos. É a mais antiga igreja do Ocidente dedicada à Virgem Maria, construída logo após o Concílio de Éfeso, em 431, que proclamou solenemente Maria como Theotokos, a Mãe de Deus.

A construção foi impulsionada por um sonho e um milagre. Diz a tradição que, em 5 de agosto, a Virgem apareceu a um casal de nobres romanos e ao Papa Libério, pedindo a construção de uma igreja onde caísse neve. Na manhã seguinte, em pleno verão romano, nevava sobre o monte Esquilino — e ali foi erguida a basílica, também chamada de “Nossa Senhora das Neves”.

Desde então, Santa Maria Maior tornou-se o principal santuário mariano da cristandade. Sobreviveu a invasões bárbaras, reformas litúrgicas, terremotos e guerras. Recebeu o toque de artistas como Bernini e Borromini. E viu passar dezenas de papas, santos e peregrinos.

Seu interior é deslumbrante: mosaicos do século V com cenas da infância de Jesus e da vida de Maria, relicários preciosos, capelas laterais que abrigam cardeais e papas, e o teto dourado feito com o primeiro ouro trazido da América, doado pelos reis católicos da Espanha.

Mais que uma obra de arte, Santa Maria Maior é um lugar de oração viva. Todos os dias, milhares de fiéis entram para rezar diante do ícone mais venerado da cidade: a Salus Populi Romani, a “Protetora do Povo Romano”.

O vínculo entre Papa Francisco e a Mãe do povo romano

Desde sua eleição, em março de 2013, Papa Francisco demonstrou uma profunda devoção mariana, especialmente à Salus Populi Romani. Antes mesmo de se apresentar à multidão na Praça São Pedro como novo Papa, já havia prometido a si mesmo que visitaria o ícone mariano mais querido de Roma.

E assim fez. No dia seguinte à eleição, dirigiu-se à Basílica de Santa Maria Maior e colocou um ramalhete de flores aos pés de Maria. Repetiu esse gesto antes e depois de cada uma de suas viagens apostólicas — mais de 40 no total. Sempre que retornava, agradecia a ela por tê-lo protegido.

Essa devoção simples, constante e silenciosa expressava a intimidade espiritual de Francisco. Não era um gesto político ou protocolar, mas um encontro de filho com a Mãe. Para ele, Maria era refúgio e modelo. E a Salus Populi Romani representava, também, a proteção da Igreja sobre os povos mais frágeis.

Ao pedir para ser sepultado ali, Francisco confirma a centralidade mariana de sua vida e missão. Escolhe não o túmulo dos grandes, mas o útero espiritual que o acompanhou em cada decisão. E assim, mesmo na morte, continua junto aos pobres, aos peregrinos, aos pequenos que visitam Santa Maria Maior todos os dias.

Uma escolha que revela sua teologia e seu coração

Mais do que um detalhe logístico, a decisão de Francisco de repousar em Santa Maria Maior é um gesto teológico. Mostra que, para ele, a Igreja deve ser mais mãe do que instituição. Que o coração da fé está no colo da Mãe, e não nas estruturas do poder. Que o cuidado é mais importante que o prestígio.

Em um mundo marcado por monumentos e vaidades, Francisco escolhe o espaço da maternidade espiritual. Um local de acolhimento, de silêncio, de oração. Um lugar onde Maria é sinal de consolo e esperança para tantos que choram, esperam ou simplesmente caminham com fé.

Ali, ele estará próximo ao povo. Não como relíquia distante, mas como companheiro de jornada. Seu túmulo poderá ser visitado por todos, sem barreiras. E cada pessoa que entrar naquela basílica saberá que ali repousa um homem que viveu o Evangelho com os pés no chão e os olhos no céu.

Sua escolha também inspira outros líderes e fiéis: que a grandeza não está no mármore dos palácios, mas na fidelidade cotidiana ao amor de Deus. Francisco nos ensina até na morte.

Um novo santuário de memória e fé para o mundo

Com o sepultamento de Papa Francisco em Santa Maria Maior, a basílica entra em uma nova fase de sua história milenar. De santuário mariano, torna-se também santuário da memória viva de um Papa amado, que tocou corações em todos os continentes.

Peregrinos do mundo inteiro, que já visitavam o templo para rezar a Maria, agora virão também para agradecer a Francisco. Sua tumba será lugar de silêncio, de oração, de renovação da fé. Crianças, jovens, idosos, religiosos, turistas e leigos verão de perto o espaço que acolheu o coração de um pontífice que viveu com radicalidade o Evangelho.

Essa nova etapa não apaga a história da basílica — apenas a aprofunda. Une passado, presente e futuro. Conecta a tradição mariana com o impulso missionário de um Papa que amou sem medidas.

Santa Maria Maior será, ainda mais, uma escola de humanidade, de esperança e de paz. E ali, como sempre, Maria continuará acolhendo seus filhos — agora com Francisco ao seu lado, em repouso eterno, como um filho fiel que voltou ao lar.

O ícone da Salus Populi Romani: o olhar que consola

No coração da Basílica de Santa Maria Maior está o ícone mais venerado de Roma: a Salus Populi Romani — “A Salvação do Povo Romano”. Trata-se de uma imagem de Maria com o Menino Jesus nos braços, de origem bizantina, que segundo a tradição foi pintada por São Lucas Evangelista. Para os romanos, é mais que arte sacra: é um símbolo de proteção, consolo e intercessão.

Durante séculos, o povo acorreu a essa imagem em momentos de guerra, epidemias, terremotos e perseguições. Foi diante dela que papas, reis e santos rezaram. Foi ali que gerações confiaram suas dores e esperanças. E foi a ela que Papa Francisco recorreu incansavelmente.

Ele não apenas a visitava em datas especiais — fazia questão de manter esse encontro como parte integrante de sua missão. Era sua primeira parada em Roma após cada viagem internacional. Sempre com flores, silêncio e oração. Às vezes, ajoelhado por longos minutos. Outras, olhando fixamente para Maria, como quem busca conselhos de Mãe.

Agora, esse ícone continuará olhando para Francisco, mesmo em seu repouso eterno. Uma imagem que testemunhou seu papado, e que agora abençoa sua memória.

O impacto espiritual da escolha para os fiéis

A decisão de Papa Francisco de ser sepultado em Santa Maria Maior repercutiu como um gesto de profunda espiritualidade e humildade. Muitos católicos ao redor do mundo receberam a notícia com emoção, vendo nesse ato o resumo de tudo o que ele pregou e viveu.

É um gesto que convida à reflexão: onde colocamos nosso coração? O que escolhemos como símbolo da nossa vida? Francisco escolheu Maria. Escolheu um espaço de oração simples. Escolheu permanecer perto do povo, mesmo na morte. E isso inspira.

Fiéis que visitam a basílica já começam a viver essa experiência de proximidade. Muitos se ajoelham com mais devoção, contemplam o ícone com gratidão, choram diante do altar com a sensação de que ali repousa um amigo, um pastor, um pai espiritual.

Esse impacto não é apenas emocional. É pastoral. A presença de Francisco em Santa Maria Maior faz da basílica um novo centro de peregrinação. E transforma o santuário mariano em um farol de fé ainda mais luminoso.

O legado de um Papa mariano e missionário

Francisco será lembrado como o Papa dos gestos. O Papa do “cheiro de ovelha”. O Papa da escuta, da misericórdia, da periferia. Mas também será recordado como o Papa de Maria — aquele que confiou sua vida à Mãe de Deus, não por protocolo, mas por amor.

Seu legado é mariano não apenas porque escolheu Santa Maria Maior como último abrigo. Mas porque viveu com o espírito de Maria: servindo, escutando, caminhando com os pobres. Seu ministério foi, em muitos aspectos, um “sim” cotidiano ao chamado de Deus, como o de Maria em Nazaré.

E seu legado é missionário porque nunca ficou no conforto. Saiu, viajou, abraçou, chorou com o povo. E confiou cada passo à intercessão materna. Sua vida foi uma missão — e sua morte, uma entrega confiante ao colo de Maria.

Assim, sua escolha pelo sepultamento em Santa Maria Maior é o selo final de um pontificado marcado pela ternura, pela simplicidade e pela ousadia evangélica.

Santa Maria Maior como novo centro de espiritualidade global

Com a sepultura de Papa Francisco, a Basílica de Santa Maria Maior ganha uma nova dimensão global. Se antes era destino de fiéis marianos, agora torna-se também um lugar de memória viva de um Papa contemporâneo que mudou a face da Igreja.

Peregrinações internacionais devem crescer. Missas especiais em sua memória serão celebradas. Religiosos, líderes leigos, turistas e estudiosos buscarão compreender, ali, o significado profundo de sua vida e escolha final.

Mais que um ponto turístico, Santa Maria Maior será centro de espiritualidade para o século XXI: um espaço onde arte, fé e testemunho se encontram. Onde Maria acolhe seus filhos e agora, também, o Papa que tanto a amou.

E como todo verdadeiro santuário, será fonte de consolo, inspiração e esperança.

Um Papa no colo da Mãe de Deus

Ao pedir para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, Papa Francisco selou com humildade e beleza sua história de fé. Deixou ao mundo não apenas um túmulo, mas um testemunho. Escolheu descansar não entre tronos, mas entre flores. Não sob cúpulas de glória, mas sob o olhar da Mãe.

Seu corpo repousa, mas sua mensagem continua viva. Sua presença em Santa Maria Maior transforma o santuário em lar, em escola de compaixão, em sinal profético de uma Igreja com rosto materno.

E cada pessoa que entrar ali sentirá que está mais perto de Maria — e, por consequência, mais perto de Francisco. Um Papa que, até o fim, escolheu a simplicidade. E que agora, no coração de Roma, reza em silêncio junto com os peregrinos, com a mesma ternura com que sempre viveu.

Perguntas Frequentes

1. Onde será enterrado Papa Francisco?

Na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conforme seu desejo pessoal de repousar próximo ao ícone da Salus Populi Romani, símbolo de sua devoção mariana.

2. Por que ele escolheu essa basílica em vez da de São Pedro?

Francisco queria um túmulo mais simples e acessível, em sintonia com seu estilo pastoral e espiritualidade mariana. Santa Maria Maior foi o santuário que mais visitou como Papa.

3. O que é a Salus Populi Romani?

É um antigo ícone bizantino da Virgem Maria com o Menino Jesus, venerado há séculos como protetora do povo romano. Francisco tinha grande devoção a essa imagem.

4. A Basílica vai se tornar um local de peregrinação ao Papa?

Sim. A presença do túmulo de Francisco deve intensificar as visitas, transformando a basílica em um centro ainda mais importante de oração e memória.

5. Qual é o simbolismo espiritual dessa escolha?

Ela expressa a humildade, a devoção mariana e a vontade de Francisco de permanecer próximo ao povo e à ternura materna da Igreja, mesmo após sua morte.

Deixe um comentário

Descubra mais sobre ROMA PEREGRINA

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading